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Channel: Jairo Marques
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O olhar “diferenciado”

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Havia tempos eu não publicava no blog uma carta, mesmo, vez ou outra, eu felizmente continuar recebendo a visita do seu carteiro!

Acho legal expor opinião das pessoas sobre o que rola neste diário. Tá certo que a maioria das mensagens estão me fazendo um mimo kkkkkkkk, mas também indicam engajamento das pessoas diante da questão da acessibilidade, da inclusão.

Nem tudo que está nessa mensagem que divulgo abaixo estou de acordo, mas a intensidade do momento que foi escrita, o carinho dispensado é bastante cativante.

Geralmente, a gente faz uma reflexão mais atenta da vida do próximo quando estamos passando por algum tipo de dificuldade, quando estamos em um momento de mudança íntima, quando estamos, digamos, na lama, né? 8)

Pois foi mais ou menos nesse clima que a Andrezza Ruiz escreveu a carta que divulgo. Eu fui degustando as palavras dela e tentando desenhar o pensamento que ela formou a respeito do povo “malacabado”.

De fato, a maioria dos “prejudicados” do físico ou dos sentidos tem mesmo um certo olhar diferenciado da vida… Não é uma regra, obviamente, mas quem sabe onde o calo aberta, procura mesmo tentar levar a vida com um pouquinho mais de …. coração!  

♣ 

Olá Jairo… Meu nome é Andrezza, tenho 34 anos, casada (na verdade juntada) e tenho um filhote de seis anos, o Higor (é com “H” mesmo…)

Estava lendo seu blog pela primeira vez (e que pena que o descobri somente agora) e me emocionei… Li quase tudo. Ia clicando e clicando e clicando… as histórias, ou melhor, as lições de vida caíram como uma benção….

Sou engenheira civil com pós-graduação em segurança do trabalho… Estou desde quinta feira passada (dia 10), desocupada, a obra em que trabalhava acabou e estou em busca de outro fuçando na internet… 

Coisas normais de quem acaba de perder o emprego…

Estava aqui me lamentado da vida, “por que eu?”, “por que eu não paro em nenhum emprego?”, “o que eu tenho de errado?”, etc… E lendo o seu blog e as lições de vida, isso me mostrou que não temos nada de errado.

Os acontecimentos fazem parte da vida, são fazes… como diz o meu marido – juntado.

Não tenho “deficiência” nenhuma, não sou malacabada,  mas tenho certeza que não sou a metade do que vcs são…

 

Pessoas completas, inteiras, inteligentes, com garra, com vontade de viver, com vontade de mostrar do que são capazes, com tudo e muito mais…

Quer um exemplo? Eu enrolo para fazer o meu mestrado (na verdade começo e paro e estou tentando começar pela segunda vez) e na semana passada tivemos a histórica defesa de doutorado da Ana Amália (post da última segunda-feira, 14)… e eu aqui continuo enrolando….

Eu queria ser completa como vocês… completa para viver a vida no máximo, para ser feliz no máximo, para fazer os outros felizes no máximo…

Queria ser completa na capacidade que vocês têm de nos ensinar, de nos mostrar o mundo de uma forma diferente, muito melhor e mais colorido…

 Os seus olhos são diferentes dos nossos, os olhos das pessoas ‘malacabadas’ conseguem “enxergar” todas as cores e tudo ao seu redor, não deixando passar nada, nenhum detalhe, por menor que ele seja….

 Os nossos olhos, das pessoas “bemacabadas” não conseguem enxergar, conseguem “ver” apenas o que elas querem… Se fazem de “cegas” para não enxergar que no mundo existem diferenças…

 Antigamente quando víamos crianças ou pessoas com alguma deficiência meu filho ficava olhando e muito, tipo “fixação”… e eu ficava constrangida.

 Ele me questionava sobre o que ela tinha, porque havia nascido daquela forma. Nunca o deixei sem resposta… nunca falei para ele “parar de olhar”, “fingir que não viu”… Nunca mudei de assunto ou chamei a sua atenção para outra coisa.

 Eu sempre respondi as suas questões… sempre falei que  algumas crianças nascem daquele jeito ou que em algum momento elas tiveram complicações, mas que isso não era motivo de vergonha, que mesmo tendo algumas limitações, poderiam fazer o que quisessem, realizar o que sonhassem.

 

Sempre falei que são crianças, do mesmo jeito que um nasce loiro, outro moreno, um negro, outro branco, de olho azul, de olho castanho, alto, baixo, magro, gordinho, alguns nascem com um pezinho torto, outros nascem sem poder andar ou no decorrer da vida ficam sem andar, mas que no final são todos que nem nós: PESSOAS.

Desta maneira, sempre que encontramos um cadeirante, um surdo, um cego, etc… ele olha não mais com aquele olhar de ” nossa: você é diferente” e sim com um olhar de “você é loiro e eu sou moreno”.

Bom… fugi do assunto… o que eu queria falar é que estou me sentindo muito melhor, me sentindo bem por ter aprendido com vocês e sei que vou aprender ainda mais…

As pessoas ‘malacabadas’ não são ‘malacabadas’. São pessoas evoluídas, tão evoluídas que a maioria das ‘bemacabadas’ não conseguem compreender.

Abraços,

Andrezza


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